Ampeg GVT52-212 »»»» Espécie de review.

Depois da saga dos Laney LC-50 resolvi arriscar e mandar vir um amp as cegas.... Ampeg GVT52-212.
Estava a precisar de dar um bocado de descanso ao meu Ampeg Reverberocket e com o preço que a Thomann está a fazer é mesmo muito apelativo.
Conforme prometido no tópico do Laney vou fazer uma pequena review até porque só toquei 3/4 horas com este Ampeg.

Specs:
-50w a válvulas com rectificador solid state
-Opção de potencia com selector para 25w ou 50w
-3 X 12ax7 no pré e 2 x 6L6gc no power (válvulas ruby manhosas)
-2 canais (clean e drive) com volume, gain e equalização independente (baxendale)... Inclui footswitch para mudar canal e boost.
-Reverb (spring) e master volume »»»» Existe outro footswitch para ligar/desligar o reverb e ligar/desligar o loop mas não vem incluido.
-2 X Celestion 70/80
-Várias ligações para colunas externas
-Assembled in Korea

Construção:
-Muito bem construido (para o preço), inspira confiança e parece bastante robusto.
-Toda a cablagem bem passada e arrumada.
-Aspecto vintage e alguns pormenores de montagem semelhantes aos antigos Ampeg.


Testado com Yamaha Pacifica 611 / Fender Telecaster Standard »»»»» Wampler pinnacle e Zoom G5 no loop.
Som:
Canal Clean - A favor:
-Voicing bastante diferente de Vox, Marshall ou Fender (mas também não tem o timbre do meu reverberocket).
-Excelente dinâmica e bastante headroom.
-A equalização baxendale exige muito tweak mas permite sacar muitos registos diferentes.
-O gain a fundo com um punch de mides permite sacar um som clean crispy mesmo quase a crunchar.
-Aceita bem pedais.

Canal Clean - Contra:
-O som é um pouco abafado, faz falta um bright... (as valvulas e os speakers também não ajudam).
-Na opção de 25w o som fica ainda mais abafado e perde dinâmica.
-O amp não debita 50w, penso que não toca mais alto que um Peavey classic 30.
-O reverb é indomável.... só é utilizável até 1/4 e é um Spring manhoso.

Canal Drive - A favor:
-Voicing próprio.
-Potencia q.b (toca um pouco mais alto que o clean).
-A equalização permite sacar uns quantos tones diferentes.
-O master volume permite saturar as valvulas e obter um bom drive a baixos volumes.

Canal Drive - Contras:
-A distorção não é um overdrive é mais uma espécie de fuzz (para quem prefere fuzz é um ponto a favor).
-Mesmo a fundo não chega a hi-gain.
-O voicing deste canal é um bocado comprimido.

Apreciação global:
-É um amp honesto, bem construido e robusto.
-O voicing permite ter um registo completamente diferente do habitual e foi o que mais me agradou, pena a falta de brilho que torna o amp um bocado mais dark.
-Equalização baxendale exige trabalho mas para mim é ponto a favor.
-Dá para tocar desde jazz moderno até classic rock ou hard rock dos 80.
-Com estas specs e nesta gama de preço (394eur) não há milagres, todos os modelos têm pontos negativos o mais importante acaba por ser a durabilidade e fiabilidade do amp....neste aspecto ainda não posso falar, mas o meu GVT já tem um ponto bastante negativo, com o master volume a partir de 1/2 induz um buzz constante no circuito e já constatei que tem a ver com falta de filtragem no transformador ou alguma falha de isolamento na placa, não sei se isto acontece em todos os GVT ou se é problema apenas do meu, de qualquer forma vou investigar e logo vejo se é coisa de fácil resolução.
-Se decidir ficar com este amp assim que as válvulas estiverem a berrar vou fazer uns upgrades a minha maneira(claro, só se houver guito para isso).... Vai levar umas Tung Sol no pré e um par de Winged C no power, os Celestion 70/80 também saltam fora e vai levar um V30 e um G12-75, com estas alterações tenho a certeza que este combo vai rosnar ao meu gosto.

Nota final:
Tal como referi anteriormente podem esquecer os 50w anunciados, não esperem um bom reverb e se procuram um voicing tipo Vox, Fender ou Marshall não comprem este amp porque não tem mesmo nada a ver (o que para mim é o melhor do amp).
Para já dou-lhe um 7/10... depois de pelo menos trocar válvulas poderei rever esta nota.

Ai como eu gostava de testar o bicho  
Bom review, simples, sem rodeios e "to the point". 

E sim, depois vens cá actualizar o topico com as mods que eu cá te espero para ler

Boa review!!!

Agora até fiquei curioso com o amp  

@Z3D
Primeiro tenho que decidir se invisto ou não nas mods...a ver vamos.

De qualquer forma vou alterar a nota final para 7/10 e vou explicar a razão.
Passei a tarde toda a tweakar com a equalização e a fazer testes com a zoom g5 no loop, já tenho uma outra opinião sobre o amp pois com um equalizador ou um bom compressor consegue-se dar mais brilho ao timbre sem perder aquele voicing diferente que este amp tem.
Outro ponto a favor é a dinâmica que o canal clean tem, posso fazer o que quero dele com a guitarra, é super sensível a qualquer alteração no strumming ou no picking e responde sempre de forma soberba. Fiquei mesmo muito bem impressionado neste aspecto.

Assim de repente a primeira mod que poderás fazer sem gastar muito guito,será talvez a troca das válvulas por modelos equivalentes da JJ (ex-Tesla);sempre ganhas um pouco mais de qualidade,mas atenção que se na parte de amplificação melhora ligeiramente a qualidade,nos preamps (secção Clean e secção Drive),já tens válvulas específicas para diversas voicings,umas mais tradicionais,outras mais viradas para o High Gain e por aí fora.

As Ruby digamos que são válvulas de entrada de gama;nada de especial mas para fazeres a rodagem ao gajo servem bem. 

Sim, as Ruby ainda vão rodar um tempo.
No entanto já tenho uma ideia bem definida do que pretendo para este amp sem alterar muito o voicing mas ganhando brilho e côr no canal clean... vai levar uma 12AU7 na V1 e duas 12AY7 na V2 e V3 em principio Tung Sol, na secção de power leva 2 Winged C 6L6gc, são válvulas russas fabricadas pela Svetlana com alto controlo de qualidade e feitas pela receita tradicional, já as ouvi cantar num Engl Screamer e fique convencido.
As JJ são das melhores válvulas que há neste momento no mercado principalmente as EL84 e EL34, mas nas 6L6 estas Winged C estão a dar cartas.
Os Celestion 70/80 cumprem mas também não ajudam a chegar ao som que este amp pode render, mais tarde também vão saltar do amp e meto-lhe um G12-75 que tenho aqui e possivelmente um V30 que terei de comprar.

Obrigado pela review!
Eu também ando de olho nestes amps e isto veio ajudar a ter uma melhor ideia. Eu se comprar um será o de 15w em versão head pra usar com a minha Marshall 1936 lead (2x G12-75). Eu, pelo que ouvi em vídeos (nunca toquei com nenhum), tinha a ideia do clean ser menos sparkling que um Fender, mas ainda assim ter algumas semelhanças. Nesse capítulo deixou-me de pé atrás, mas confesso que é um amp que me agrada. Já tinha lido que a equalização baxendale era complicada pra atinar à primeira, mas que depois de te familiarizares e saberes jogar com os vários parâmetros da EQ, podes ter uma variedade tonal mto interessante.

Sim, mesmo a head de 15w tem um clean porreiro mas menos sparkly que um fender no entanto podes ter a certeza que o canal clean tem mesmo muito headroom e é super dinãmico...não quero mentir mas penso que dos amps todos que já tive e com que já toquei este é o que responde melhor e mais dinãmico. Tenho usado a Zoom G5 no loop e a pedaleira traz um efeito que é o exciter "qualquer coisa tipo sonic maximizer) e o clean fica bastante mais sparkling e ainda mais dinãmico sem perder o voicing caracteristico deste Ampeg.
Também equacionei a compra da head que achei bastante porreira e com muito potencial, mas como já tenho outras heads optei pelo combo para dar algum repouso ao meu reverberocket.

Se tens "orelhas" para ouvir algo que não soa a Marshall, Fender ou Vox mas que soa muito bem acredita que tens na gvt15 a melhor opção custo/beneficio.

Precisamente, acho que para o que custam (pelo menos na thomman), são um excelente valor pro que pagas.
Pa, eu tenho orelhas pois toco maioritariamente com um combo Roland 405 com a Marshall como extension cab. E também com o meu Marshall lead 12 (tenho um tone à Marshall JCM 800 por meia duzia de tostões), que adoro e quando quero som à Marshall.
Realmente quando olhei para estes ampeg (devido à configuração de válvulas e características) era pra matar o bicho da falta de som Fender após me ter desfeito do Vibrochamp de 1976, mas verifiquei que só mesmo com um Fender é que tenho aquele feeling. Mas gostei do som do Ampeg, pois sou mais de cleans e OD/DS "vintage" (e fuzzs também).